Esse é meu texto que foi excluído QUATRO vezes do grupo "política em Piratininga".
Parece que a democracia não é uma máxima tão clara assim e as regras do grupo mais subjetivas do que a descrição...
"Vamos celebrar a estupidez humana"
Renato Russo
CRÔNICAS DA SOCIEDADE – VERSÃO PIRATININGA
(homenagem à escritora Julia Quinn)
O trânsito caótico da metrópole
Piratininga, no que diz respeito ao trânsito, alcançou um estado comparável à vizinha Bauru, ainda que a diferença de frotas seja abissal. Por muitas vezes, as tentativas de não passar nervoso no trânsito, aqui, têm-se mostrado infrutíferas. A avalanche de barbáries é de grande criatividade e de crescimento avassalador. Citar-lhes-ei, finos leitores, alguns exemplos que ilustram de maneira lúdica a minha tese.
Alguns motoristas parecem entender que seus veículos são fontes de interação social, em vez de meio de transporte. Frequentemente, por ironia do destino – nos dias em que mais temos pressa, se tentar trafegar pela nossa via principal, Rua Dr. José Lisboa Júnior, certamente encontrará alguém a incríveis 10 km/h com a pose de jabuti (cabeça para fora do casco [carro], pescoço esticado) procurando, avidamente, alguém para acenar. Indiferente ao fato de que existe toda uma cidade ao seu redor, não descansa enquanto não encontrar alguém que lhe balance a cabeça afirmativamente e responda o seu “bão!?”. E se você pensa, leitor amigo, que a lentidão acaba assim que se dá o encontro, estás redondamente enganado. `Lembremo-nos de que Piratininga não é tão grande e a população não é muito numerosa, de modo que nosso motorista de caracol só usará, de fato, o pedal do acelerador depois de esgotadas todas as possibilidades de avistar um conhecido.
Outro fato curioso é a falta de percepção de tempo/espaço dos nossos ases do asfalto. Quando trafegamos em uma via preferencial é comum perceber que alguns motoristas apertam o botão do “turbo” para cortar a nossa frente. Numa situação em que, pela lógica, não haveria possibilidade para tal, ele enche os pulmões, o sangue acelera nas artérias e seu carro voa violentamente para a nossa frente, conseguindo o impossível. Eu consideraria isso uma demonstração genuína de habilidade e espírito futurista. Não fosse pela frustrante redução de velocidade momentânea, obrigando-nos a ficar presos atrás dele. Triste, mas real: ele não estava com pressa, apenas queria te ultrapassar, vitorioso por cumprir sua missão: atrapalhar!
Finalizando, não poderia deixar de manifestar meu total desdém às infrações aparentemente pequenas, mas que delatam a exacerbada falta de educação e fineza de certas pessoas: não dar seta antes de suas conversões; parar na contramão só para ganhar a vaga, quem vai na padaria na R. Joaquim Pinto da Silva Paes sabe do que eu estou falando; o horário de entrada e saída de alunos nas escolas transforma, magicamente, faixa de pedestres em vagas privativas, sem falar em quem para no meio da rua e desce com seu filho para deixa-lo na segurança do estabelecimento de ensino; 90% dos carros que sobem a Rua Prof.ª Nair de Carvalho Timachi para fazer conversão na rua Anchieta, o fazem por dentro do posto de combustível, e não pela rua (quase sofri um atropelamento uma vez); Quem desce a Rua Jerônimo Ferreira para entrar na Lisboa Jr sentido Sapolândia, considera-se o rei das ruas e esquece-se de um princípio básico: curva para a esquerda é aberta – ficam literalmente no meio da via, atrapalhando a conversão de quem faz o trajeto oposto; não falarei de quem pára em faixa amarela, vagas especiais e em frente a portões – isso não acontece em Piratininga... pelo menos não muito... ah, deixa pra lá.
Ninguém é melhor do que ninguém. Ninguém pode atrapalhar e ninguém merece ser atrapalhado. Se cada um fizer a sua parte, ninguém passa nervoso e os riscos de acidente diminuem.
Acho melhor parar por aqui, porque meu café está esfriando.
Até a próxima!